quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Primavera interna

 Era primavera, ela acordava cedo todos os dias e repetia sempre a mesma rotina, levantar, tomar banho, comer, escovar os dentes e ir para a escola. Mas aquele dia era diferente, era uma manhã ensolarada, dentre tantas outas que haviam amanhecido escuras, tentou ligar a aparência do céu com a aparência do seu humor, lembrou que nas manhãs passadas, assim como o céu, ela havia amanhecido triste e escura. E tentou levar para o dia que se o céu estava bonito, se o sol ja havia se posto, se as nuvens eram branquinhas e pareciam macias feito algodão doce, seu humor também deveria estar assim, bonito, ensolarado, macio e gostoso feito algodão doce. Ela estava feliz, não havia motivos, mas ela sabia que a felicidade nunca precisou de motivos para existir, e ela se sentia bem assim, se sentia leve, confiante, como se algo bom estivesse por acontecer, embora não pensasse nisso e nem procurasse por essa tal coisa boa, ela havia aprendido a viver cada momento, a aproveitar todas as sensações, havia aprendido que se hoje ela tropeçou, amanhã se não cuidar, tem chances de cair, porém, se ela cair tem o poder de levantar e rir do tombo, seguir em frente. Ela aprendeu que se o caminho pelo qual ela estava seguindo foi barrado por algum motivo, não adiantava parar, que o unico jeito era escolher outro caminho, mas que ela conseguiria chegar, não importava como, um dia ela chegaria.
E assim a pequena grande garota seguia seus dias, feliz e confiante. Sabia que sua hora chegaria, que a cada esquina que passasse, ela iria encontrar alguém, que muitos passariam despercebidos e outros entrariam em sua vida, talvez entrassem para nunca mais sair, ou apenas para marcar, para ensinar, para fazer crescer, mas que seriam sim importantes, e essa garota, ah, ela não desperdiçava chances, ela sabia como fazer!

Nenhum comentário: